Duas mãos a bater fazem um som,
qual o som de uma só mão?
Esta é a grande questão,
se existe som
ou talvez não,
então decerto,
o som será silêncio.
Mas silêncio,
há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
do silêncio do caminho…
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Então o que será?
Só pode ser a consciência!
Assim sendo,
o silêncio interior é o caminho
que desperta,
desabrochando a compreensão,
que um dia podes alcançar,
porque o silêncio é um remédio
para o mal,
do barulho que nos rodeia,
que é a falta de consciência.
(13 janeiro 2017)